Em greve há 29 dias, professores da rede estadual de ensino da
Bahia realizaram nova mobilização nesta quarta-feira, 9, no centro de
Salvador. O grupo caminhou pela Av. Sete durante a manhã e concentrou
em protesto na Praça Municipal. De acordo com informações da Associação
dos Professores Licenciados da Bahia (APLB), a passeata faz parte do
calendário de manifestações da classe contra as atitudes do governo do
estado, que segundo afirmam, não cumpriu acordo de reajuste de 22,22% no piso nacional. A paralisação deixa mais de 1 milhão de alunos sem aula em todo o Estado.
Segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador
(Transalvador), o protesto causou enorme engarrafamento na Avenida Sete
de Setembro e Campo Grande. Além dos professores, a manifestação que
conta com cartazes, carros de som e apitaço, ganhou proporção com a
participação de comerciantes e populares — que passam pelo local — que
dizem estar indignados com a situação da educação na Bahia.
Reivindicações e cortes - A classe alega que o
governo do estado não cumpriu o acordo de reajuste de 22,22% no salário
da categoria, índice que equipara o valor recebido atualmente ao piso
nacional do magistério determinado pelo Ministério da Educação.
O acordo, assinado em 11 de novembro do ano passado, previa que o
novo valor entraria em vigor a partir de janeiro deste ano. Até o
momento, de acordo com informações do sindicato da categoria, só teriam
sido pagos 6,5% e o governador Jaques Wagner teria prometido parcelar o
pagamento restante em duas partes, uma delas, em novembro desse ano e a
outra, em abril de 2013. A proposta não foi aceita pelos professores.
No último dia 18 de abril, a categoria, após decidir manter greve, sofreu cortes de ponto por conta dos dias de paralisação. Os salários e o benefício Credicesta foram bloqueados.
Os cortes incluem todo o período da greve, contando com a data de
início da paralisação. A medida cumpre uma decisão do Tribunal de
Justiça, que decretou a ilegalidade do movimento. Sem chegar a um
consenso, o impasse continua entre o governo e os cerca de 40 mil
docentes.
O governo alega não ter recursos para pagar 22,22% de reajuste a
todos os professores do Estado e veicula propaganda na TV afirmando que
as negociações estão abertas, desde que a greve seja finalizada