quinta-feira, 10 de maio de 2012

Professores fazem passeata em Salvador

Em greve há 29 dias, professores da rede estadual de ensino da Bahia realizaram nova mobilização nesta quarta-feira, 9, no centro de Salvador. O grupo caminhou pela Av. Sete durante a manhã e concentrou em protesto na Praça Municipal. De acordo com informações da Associação dos Professores Licenciados da Bahia (APLB), a passeata faz parte do calendário de manifestações da classe contra as atitudes do governo do estado, que segundo afirmam, não cumpriu acordo de reajuste de 22,22% no piso nacional. A paralisação deixa mais de 1 milhão de alunos sem aula em todo o Estado.
Segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), o protesto causou enorme engarrafamento na Avenida Sete de Setembro e Campo Grande. Além dos professores, a manifestação que conta com cartazes, carros de som e apitaço, ganhou proporção com a participação de comerciantes e populares — que passam pelo local —  que dizem estar indignados com a situação da educação na Bahia.
Reivindicações e cortes - A classe alega que o governo do estado não cumpriu o acordo de reajuste de 22,22% no salário da categoria, índice que equipara o valor recebido atualmente ao piso nacional do magistério determinado pelo Ministério da Educação.
O acordo, assinado em 11 de novembro do ano passado, previa que o novo valor entraria em vigor a partir de janeiro deste ano. Até o momento, de acordo com informações do sindicato da categoria, só teriam sido pagos 6,5% e o governador Jaques Wagner teria prometido parcelar o pagamento restante em duas partes, uma delas, em novembro desse ano e a outra, em abril de 2013. A proposta não foi aceita pelos professores.
No último dia 18 de abril, a categoria, após decidir manter greve, sofreu cortes de ponto por conta dos dias de paralisação. Os salários e o benefício Credicesta foram bloqueados. Os cortes incluem todo o período da greve, contando com a data de início da paralisação. A medida cumpre uma decisão do Tribunal de Justiça, que decretou a ilegalidade do movimento. Sem chegar a um consenso, o impasse continua entre o governo e os cerca de 40 mil docentes.
O governo alega não ter recursos para pagar 22,22% de reajuste a todos os professores do Estado e veicula propaganda na TV afirmando que as negociações estão abertas, desde que a greve seja finalizada